sábado, 3 de setembro de 2011

EIS QUE – O HOMEM!

Na pequena biblioteca de casa, disponho na prateleira de auto-ajuda toda e qualquer capa que carregue a assinatura “F. Nietzsche”. Meu Ecce Homo, meu Zaratustra e todos os demais em fila indiana, carregados que estão de adesivos coloridos, sublinhas, setas, notas marginais, me fazem companhia plena, em especial nos dias em que o tempo sobra e as pessoas faltam, inclusive eu.

Ouço, em versos trocaicos, a aniquilação fulminante de qualquer coisa que se pareça com uma idéia, o desprezo por tudo que se queira captura e o sorriso altivo sobre os seus destroços. Fotografo as poses desse meu duríssimo analista e lhe respondo, tímida: até que gosto de idéias que a gente inventa, talvez apenas... pra me distrair.

Ele, então, executa aquele desvio estratégico que só ele...sai da pose – não salvei a fotografia – e agora, bebendo água, conversamos sobre alimentação, moradia, dieta espiritual, tratamento de enfermidades, estações do ano, o mar que vejo da janela, minhas aulas de dança. Respiramos pelo ventre. Sinto meu corpo. Não importa quando, não importa quem...e importa.

Lembro-me, com vontade certeira, de que me deram o nome Denise – da palavra francesa para Dionísio. Sem saberem. Lembro-me de que me constituía intensa para que passassem a saber. E continuo. Não permito que me capturem, nem o meu mais querido conselheiro. Executo viagens, bebo chá, amo as minhas histórias, os meus poemas, corto meu cabelo, me meto com jardinagem, faço minha própria comida.
E eis que – também – A MULHER!

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